quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Mãe Carmen de Oxalá é nova Coordenadora da Comissão Acompanhamento da pesquisa socioeconômica e cultural das comunidades tradicionais de terreiros, no sul do país

Mãe Carmen de Oxalá  é a nova coordenadora da Comissão de Acompanhamento da Pesquisa Socioeconômica e Cultural das Comunidades Tradicionais de Terreiros fotos 10 079. Na reunião final do mapeamento do Axé, Mãe Carmen de Oxalá, por aclamação tomou posse como coordenadora da Comissão , que foi  um dos critérios da metodologia para a realização do inventário de terreiros no Rio Grande do Sul.

A pesquisa foi executada pela Associação Filmes de Quintal, a solicitação foi o MDS,Ministéio do Desenvolvimento Social, Fundação Cultural Palmares, SEPIR - Secretaria Especial de Politicas para a Igualdade Racial e UNESCO.

Conhecendo-se a história de luta de Mãe Carmen de Oxalá, a escolha não poderia ser melhor. Filha biológica e sucessora de Mãe Quina de Yemanjá  no terreiro tradicional ASSOBECATY- Associação Beneficente Cultural Africana Templo de Yemanjá,  ela vem travando uma batalha há 3 anos , com o poder público do Municipio de Guaiba, pelo restauro da Gruta de Oxum da Praia da Alegria  e a Praça na Pedra de Xangô, processo que delata o descaso e ação intolerante com o sentimento de pertencimento dos  religiosos de matriz africana  sobre os Patrimônio Imaterial.

Parabéns a Mãe Carmen de Oxalá  muito axé em mais essa luta .

quarta-feira, 21 de julho de 2010

O MARCO HISTÓRICO ESTATUTO DA IGUALDADE RACIAL A EGBOMY CONCEIÇÃO REIS DE OGUM–REPRESENTA A RELIGIÃO AFRO

Data: 21/07/2010

Prestigiada por autoridades e grande público, cerimônia valoriza militância negra

Solenidade de Sanção do Estatuto da Igualdade Racial

O Salão Brasília do Palácio do Itamaraty, que já comportou tantas e tão importantes solenidades oficiais, foi o lugar escolhido para a sanção do Estatuto da Igualdade Racial, pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Primeira lei a dispor sobre os direitos da população negra brasileira, o Estatuto foi sancionado, dia 20 de julho, sem veto a nenhum dos seus 65 artigos. Tanto o presidente quanto o Ministro da Igualdade Racial, Eloi Ferreira de Araujo, discursaram sobre a importância de reparação de uma dívida histórica com os afro-brasileiros.

“Hoje nós estamos um pouco mais negros; um pouco mais brancos; e um pouco mais em paz”, disse o Presidente Lula ao fim de seu discurso. Nele, afirmou, ainda, que para se continuar avançando nas mudanças sociais e na promoção da igualdade racial no país, ia precisar daqueles que criticaram as mudanças que o Estatuto sofreu no Senado. O presidente referia-se aos que se opuseram à redação final do documento que tramitou por cerca de dez anos pelas duas casas legislativas. Na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, o Estatuto teve suprimido, pelo Senador Demóstenes Torres, presidente da comissão e relator da matéria, o capítulo que assegurava cotas para negros nas universidades públicas. Esta emenda supressiva foi uma das que provocou maior discordância e protestos em parcelas dos movimentos sociais negros.

Mas, na opinião do presidente Lula, era melhor ver aprovado o texto, com alguns benefícios garantidos, do que ficar a matéria parada mais 150 anos nas gavetas do Congresso. Já o ministro Eloi esclareceu que o Estatuto é um diploma de ações afirmativas, e que as cotas estão entre elas. Portanto, mesmo suprimindo a palavra do texto da nova lei, as cotas, como “um meio de ação afirmativa”, continuam asseguradas pelo documento. Também de acordo com o Ministro da SEPPIR, o Estatuto é o instrumento legal a ser usado para se garantir que sejam mantidas as cotas na Universidade de Brasília (UnB). Esta modalidade de ação afirmativa, que vigora naquela instituição, vem sendo contestada por setores da sociedade e foi motivo da audiência pública realizada pelo Supremo Tribunal Federal, em março deste ano.

  - Nada disso teria acontecido se o Brasil dependesse daqueles que entraram até com recurso no STF contra as cotas afirmativas que criamos para a juventude pobre e negra”, afirmou o presidente Lula, referindo-se aos avanços citados tanto por ele, quanto por Eloi Ferreira, ocorridos na direção da promoção da igualdade racial no Brasil.

A cerimônia levou dezenas de pessoas ao local, entre autoridades, convidados ligados aos movimentos negros, representantes de comunidades de religião de matriz africana, crianças integrantes de grupos de capoeira, entre outros. Na ocasião, também foi sancionada a lei que cria a Universidade Federal da Integração da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), cuja sede será na cidade de Redenção, no Ceará.

Do sul-africano Nelson Mandela ao ativista e ex-senador Abdias Nascimento, passando pelo marinheiro negro João Cândido, que capitaneou a Revolta da Chibata, em 1910, e ainda, pelas mães e pais de santo que protagonizaram a resistência nos terreiros de candomblés e umbanda, perseguidos ao longo de décadas, vários foram os personagens citados por Eloi Ferreira como protagonistas da luta negra no Brasil. “O estatuto coroa o esforço de muitos e muitos anos” de valorosos e inúmeros militantes, destacou o Ministro.

No salão, o público dividiu o espaço com autoridades tais como, os ministros Fernando Haddad, da Educação; Celso Amorim, das Relações Exteriores, Juca Ferreira, da Cultura; Carlos Eduardo Gabas, da Previdência Social; Márcia Lopes, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Orlando Silva, do Esporte; Márcio Fortes, das Cidades, e ainda Nilcéa Freire, da Secretaria de Políticas das Mulheres e Paulo Vanucchi, da Secretaria de Direitos Humanos. Também estiveram presentes Cid Gomes, governador do Estado do Ceará, assim como os senadores Paulo Paim (PT/RS) e Inácio Arruda (PC do B/CE), e os deputados federais Edson Santos (PT/RJ), José Eduardo Cardoso (PT/SP), José Pimentel (PT/CE) e Mauro Benevides (PMDB/CE).

Comunicação / SEPPIR/PR

egbomy conceição, eloi ferreira e lula

Egbomy Conceição, Ministro Eloi Ferreira de Araujo e Presidente Luiz Inácio Lula da Silva

Acesse aqui um trecho do discurso do Presidente Lula.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

MARIA OSCARLINA

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Maria Oscarlina,
Negra, mulher militante orgânica do movimento social negro e de mulheres negras, defensora das questões da criança e juventude negra, presença definida nos bandeiras de luta contra as intolerâncias e discriminações desta sociedade, em busca de uma igualdade, que como outras não conseguiram vivenciar. Porém  nos deixa a tarefa de  continuar no caminho que trilhaste e avançar por tantos quantos forem necessários, dias, meses ou anos para a realização deste novo mundo. Passastes auros anos da tua vida semeando esta semente, por vários lugares deste Brasil.  Iniciada na Matriz Africana com um perfil  de resistência, preservação e tradição como identidade. Foste idealista pela liberdade de expressão no respeito aos Orixás, no cultivo das ervas sagradas e , em todos os exemplos que deixastes, pregastes a sabedoria natural, com tua maneira de ser e teu modo de vida.
Hoje não te faz mais presente aos nossos olhos, porém permaneceras viva na memória de todos que contigo conviveram. Em cada canto desta cidade onde nascentes e te criastes, uma lembrança...!  O que te fará presente apesar do estado imaterial que agora és.Teu terreiro te amou, e sentirá muita saudade, mas entendeu que Oxalá assim demarcou, que voltarias a massa origem neste dia 7 de maio de 2010, 55 anos foi o tempo de deixares a marca de tua passagem nesse plano, irmãos, filhos, netos, amigos, ações, dedicação e conhecimento.
Nós do Centro Memorial de Matriz Africana 13 de Agosto,tua mãe e irmãos te reconhecemos e fomos felizes por te-la conosco nos últimos 16 anos de tua vida, e prestamos esta simples e sincera homenagem em tua viagem para outro plano, onde renasceras com certeza com todo o brilho que sempre tivestes.
                                                  
                                                 
                                                     Centro Memorial de Matriz Africana 13 de Agosto
                                                                      Yá Vera Soares e Filhos de Axé

sábado, 13 de março de 2010

MATRILINEARIDADE onde as crianças são identificadas em função de suas mães em vez de seus pais,

O primeiro terreiro no Brasil, fundado na Bahia, nasceu a partir da união dos escravos para comprar a liberdade da mãe de santo. Libertaram a mulher, negra e religiosa para modificar a realidade do seu povo; portanto a mulher negra brasileira é política. É importante que parta dela, a mãe de santo, a iniciativa de buscar melhorias para o seu povo, sua comunidade. Assim como a primeira casa de religião foi fundada por mulheres, a Assobecaty (Associação Beneficente Cultural Africana Templo de Yemanjá) é dirigida, com muito orgulho, há 68 anos por mulheres negras, um trabalho que iniciou em Pelotas pela Mãe Quina de Yemanjá. 
Tendo como objetivo maior preservar o nome da religião de matriz africana, a entidade vem buscando o respeito por todos os segmentos da sociedade. Administrando o terreiro com respeitabilidade, respeitando a diversidade e coletividade. As intenções da Assobecaty é honrar os compromissos assumidos com a comunidade e fazer diferente dentro da religião de matriz africana no país.  
As casas de religião são espaços importantes dentro das comunidades, a mãe de santo é responsável pelas pessoas que agrega dentro de um terreiro: responsável pela vida espiritual, material, social e crescimento como individuo. É dentro do ylê como na Assobecaty que as pessoas se identificam seja, pela religião, etnia, classe social, ou pelas diferenças.