sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

"Mamãe Noel"


Sabe por que Papai Noel não existe? Porque é homem. Dá para acreditar que um homem vai se preocupar em escolher o presente de cada pessoa da  família, ele que nem compra as próprias meias? Que vai carregar nas costas um saco pesadíssimo, ele que reclama até para colocar o lixo no
corredor?

Que toparia usar vermelho dos pés à cabeça, ele que só
abandonou o marrom depois que conheceu o azul-marinho? Que andaria num  trenó puxado por renas, sem ar-condicionado, direção hidráulica e  air-bag? Que pagaria o mico de descer por uma chaminé para receber em
troca o sorriso das criancinhas? Ele não faria isso nem pelo sorriso  da Luana Piovani! Mamãe Noel, sim, existe.

Quem é a melhor amiga do Molocoton, quem sabe a diferença entre a  Mulan e a Esmeralda, quem conhece o nome de todas as Chiquititas, quem  merecia ser sócia-majoritária da Superfestas? Não é o bom velhinho.

Quem coloca guirlandas nas portas, velas perfumadas nos castiçais,  arranjos e flores vermelhas pela casa? Quem monta a árvore de Natal , harmonizando bolas, anjos, fitas e luzinhas, e deixando tudo combinando com o sofá e os tapetes? E quem desmonta essa parafernália toda no dia 6 de janeiro?

Papai Noel ainda está de ressaca no Dia de Reis. Quem enche a
geladeira de cerveja, coca-cola e champanhe? Quem providencia o peru, o arroz à grega, o sarrabulho, as castanhas, o musse de atum, as lentilhas, os guardanapinhos decorados, os cálices lavadinhos, a toalha bem passada e ainda lembra de deixar algum disco meloso à mão?

Quem lembra de dar uma lembrancinha para o zelador, o porteiro, o carteiro, o entregador de jornal, o cabeleireiro, a diarista? Quem compra o presente do amigo-secreto do escritório do Papai Noel?
Deveria ser o próprio, tão magnânimo, mas ele não tem tempo para essas coisas. Anda muito requisitado como garoto-propaganda

Enquanto Papai Noel distribui beijos e pirulitos, bem acomodado em seu trono no shopping, quem entra em todas as lojas, pesquisa todos os preços, carrega sacolas, confere listas, lembra da sogra, do sogro, dos cunhados, dos irmãos, entra no cheque especial, deixa o carro no sol e chega em casa sofrendo porque comprou os mesmos presentes do ano passado?

Por trás do protagonista desse megaevento chamado Natal existe alguém em quem todos deveriam acreditar mais.

(Martha Medeiros)

domingo, 18 de dezembro de 2011

INFORMES E AGENDA DE MÃE CARMEN DE OXALÁ

Mãe Carmen de Oxalá Saúda os:

ASSOBECATYANOS filhos , amigos simpatizantes, demais autoridades da Matriz Afro Gaúcha

QUE PAI OXALÁ NA SUA INFINITA SABEDORIA ABENÇÕE TODAS E TODOS NESTE DOMINGO DIA 18/12 /2011

Gostaria de informar-lhes que fiquei 15 dias, com minha conta bloqueada no hotmail, conseguindo reativá-la no dia de hoje.

Temos o dever de partilhar que estivemos ausente entre os dias 26 de novembro a 2 de dezembro na Oficina Nacional de Políticas Públicas para as Comunidades Tradicionais de Terreiro , promovido pelo Ministério da Cultura em São Luis do Maranhão. Em breve estaremos compartilhando os resultados e desdobramentos.

Dia 2 a noite preparação para Carreata, Xirê e Festa

Dia 03 de dezembro ocorreu a 4º CARREATA e XIRÊ DE MÃE OXUM DA PRAIA DA ALEGRIA, ao retornarmos para o Ilê ASSOBECATY ocorreu Toque de agradecimentoa Orixá da Doçura.

Dia 09/12 Reapactuamos a Rede Estadual de Núcleos de Ilês Afro Aids no Ilê de Mãe Walkiria de Oxum Docô na cidade de São Leopoldo.

Ainda no dia 12 /12.12/12 participamos do Seminário com representantes do Ministério da Justiça e Ministério da Cultura e UNESCO, assim como, os demais contemplados nos Micro-projetos mais cultura, na ocasião apresentamos a metodologia da Rede Cultura na Rua.

Dia 13/12 embarcamos novamente para Brasilia para participarmos do Seminário Nacional Territórios das Matrizes Africanas no Brasil , onde contribuimos na elaboração de diretrizes para plano de atenção a povos tradicionais de matriz africana, o evento foi promovido pela SEPPIR- Secretaria Especial de Politicas de Igualdade Racial, também muito em breve estaremos partilhando com mais detalhes essas o outras informações.

AGENDA

Dia 20 /12 Reunião para tratar da indicação de um conselheiro para compor o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social.

Dia 22/12 Último Seminário do ano, “ Seminário Omo Orisá do Ilê Orisá Assobecaty “ amigo secreto revelação na hora valor do presente 10 reais.

Dia 24/12 Mãe Carmen de Oxalá e alguns filhos passaram a tarde no Presidio Feminino, com a distribuição do axé “Alaafiá Orisanlá ” A Paz de Oxalá.

Dia 26 e 27- O Ilê Assobecaty estará realizando limpezas e segurança de ano

Ainda falta combinar outra atividades e compromissos, inclusive a data para o Seminário, limpeza de final de ano com os Assobecatyanos de Pelotas.

AXÉ DO PAI OXALÀ !!!

domingo, 11 de dezembro de 2011

Blogueiras Feministas conversam com a Ministra Iriny Lopes

Faltando poucos dias para a realização da 3a. Conferência de Políticas para as Mulheres, asBlogueiras Feministas tiveram uma audiência com a Ministra Iriny Lopes. Também participaram do encontro que aconteceu no dia 8 de dezembro às 18h na sede da Secretaria de Políticas para as Mulheres, em Brasília, representantes da Marcha das Vadias do DF, Gizella Rodrigues da Oficina da Palavra e Kamayura Saldanha que é a coordenadora nacional da Abraço - Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária.
Na pauta um balanço dos nove anos de existência da Secretaria de Políticas para as Mulheres e, claro, a 3ª. Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres.

Audiência com a Ministra Iriny Lopes

A Ministra faz um balanço positivo sobre a ação da SPM ao longo desses nove anos, destacando algumas ações importantes e realçando que "tudo é muito novo, um processo em construção". Falou sobre os muitos desafios enfrentados como a superação da violência contra as mulheres e a ampliação da presença das mulheres na política.
Para a Ministra Iriny, a prioridade deve ser a autonomia econômica, financeira e pessoal das mulheres.
Desenvolver um programa com essa finalidade é a grande meta para 2012. Como parte das ações deste programa, a ministra falou sobre a criação de 6 mil novas creches como meta até o fim dessa gestão.
A ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres falou também sobre a necessidade de superação das desigualdades entre mulheres e homens e das dificuldades para isso uma vez que além de políticas públicas e campanhas, depende também da cultura, da educação e de uma grande mudança de comportamento. Toda a sociedade precisa estar envolvida.

Catarina Corrêa, Kamayura Saldanha, Bianca Cardoso
Priscila Brito e Suely Oliveira

Sobre a realização da 3ª. Conferência de Políticas para as Mulheres (3ª. CNPM), a Ministra Iriny disse estar satisfeita. Ela pessoalmente ou integrantes de sua equipe participaram de todas as etapas estaduais e o resultado é bem positivo. Agora é unir forças para a etapa nacional. Foco é a palavra-chave. E, nesse sentido, a autonomia econômica, financeira e pessoal das mulheres dará o tom. A conferir.
A 3a CNPM acontece em Brasília, entre os dias 12 e 15 de dezembro e espera-se a participação de
Você que não é delegada, convidada ou observadora da 3ª. Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, poderá acompanhar a transmissão ao vivo pela
Abraço.

Blogueir@s Feministas - Brasília

A seguir a programação completa da 3ª. Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres:

12/12/2011 – Segunda-feira18h às 21h: Solenidade de Abertura da 3ª CNPM

Dia 13/12/2011 – Terça-feira8h às 10h30: Plenária de Abertura
Aprovação do Regulamento da 3ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres
11h às 13h: Painel 1 – As mulheres no momento atual do desenvolvimento econômico e social: desafios de um projeto de país com igualdade entre mulheres e homens e sustentável
13h: Rodas de Conversa
Roda 1: Como pensar políticas que dêem conta da pluralidade
Roda 2: História das desigualdades entre homens e mulheres
Roda 3:Orçamento para políticas para as mulheres
Roda 4: Comunicação e mídia não discriminatórias
13h às 14h30: Almoço
14h30 às 17h30: Grupos de Trabalho
Grupo de Trabalho 1: Autonomia Econômica e Social: igualdade no mundo do trabalho e desafios do desenvolvimento sustentável (Eixo 1 do II PNPM: Autonomia econômica e igualdade no mundo do trabalho com inclusão social; Eixo 6 do II PNPM: Desenvolvimento sustentável no meio rural, na cidade e na floresta, com garantia de justiça ambiental, soberania e segurança alimentar e Eixo 7 do II PNPM: Direito à terra, moradia digna e infra-estrutura social nos meios rural e urbano, considerando as comunidades tradicionais ).

Todos os grupos de trabalho incorporam na sua discussão as dimensões de raça, orientação sexual e geracional (Eixo 9 do II PNPM: Enfrentamento do racismo, sexismo e lesbofobia e Eixo 10 do II PNPM: Enfrentamento das desigualdades geracionais que atingem as mulheres, com especial atenção às jovens e idosas).

18h às 20h: Painel 2 – Enfrentamento do racismo e da lesbofobia: articulação necessária para o enfrentamento do sexismo
20h às 21h30: Jantar
22h:Show com Zélia Duncan

Dia 14/12/2011 – Quarta-feira

8h30 às 10h30: Painel 3 – Enfrentamento das desigualdades e a autonomia das mulheres
11h às 13h: Painel 4 – Plano Nacional de Políticas para as Mulheres: perspectivas e prioridades
13h: Rodas de Conversa
Roda 1: Um olhar internacional
Roda 2: Mulheres jovens e idosas – as políticas e as diferenças de geração
Roda 3: Relatos de experiências de gestão pública
Roda 4: Relatos de experiências de gestão pública – formação de gestoras e agentes públicos
13h às 14h30: Almoço
14h30 às 18h30: Grupos de Trabalho
Grupo de Trabalho 2: Autonomia Cultural (Eixos 2 do II PNPM: Educação inclusiva, não-sexista, não-racista e não-homofóbica e Eixo 8 do II PNPM: Cultura, comunicação e mídia, igualitárias, democráticas e não discriminatórias)
Grupo de Trabalho 3: Autonomia Pessoal (Eixo 3 do II PNPM: Saúde das mulheres, direitos sexuais e direitos reprodutivos e Eixo 4 do II PNPM: Enfrentamento de todas as formas de violência contra as mulheres)
Grupo de Trabalho 4: Autonomia política, institucionalização e financiamento de políticas públicas para as mulheres(Eixos 5 do II PNPM: Participação das mulheres nos espaços de poder e decisão e Eixo 11 – gestão e monitoramento do Plano)

Todos os grupos de trabalho incorporam na sua discussão as dimensões de raça, orientação sexual e geracional(Eixo 9 do II PNPM: Enfrentamento do racismo, sexismo e lesbofobia e Eixo 10 do II PNPM: Enfrentamento das desigualdades geracionais que atingem as mulheres, com especial atenção às jovens e idosas).

19h: Conferência de Michelle Bachelet – Secretária Geral Adjunta da ONU e Diretora Executiva de Onu Mulheres(Entidade das Nações Unidas para o Empoderamento das Mulheres)
20h às 21h: Jantar
21h às 23h: Atividade cultural

15/12/2011 – Quinta-feira

8h30 às 12h30: Plenária Final
Discussão e deliberação sobre propostas e recomendações dos grupos de trabalho.
12h30 às 14h: Almoço
14h30 às 17h: Plenária Final (continuação)
Discussão e deliberação sobre as propostas e recomendações dos grupos de trabalho. Apresentação e aprovação de Moções.
17h às 18h: Solenidade de Encerramento da 3ª CNPM
19h: Jantar

sábado, 10 de dezembro de 2011

Mensagem de Michelle Bachelet, Diretora Executiva da ONU Mulheres

10 de dezembro de 2011 -  Dia dos Direitos Humanos

Hoje, Dia dos Direitos Humanos, refletimos sobre o ano que termina, ano em que pessoas marcharam nas ruas para acabar com a desigualdade, a injustiça e a tirania e para exigir seus direitos e liberdades fundamentais. Em 2011, fomos testemunhas de profundas mudanças históricas. Em grande número, mulheres, homens e jovens se reuniram para expressar suas frustrações e opiniões. Buscaram o conforto do companheirismo para dar voz a seus sonhos e esperanças para um futuro melhor e espalhar suas ideias através das redes sociais. Fomos testemunhas de uma mudança na maneira de lutar e reivindicar os direitos e liberdades fundamentais a que todos os seres humanos têm direito.

Nesta comemoração do Dia dos Direitos Humanos mantemos o foco nas redes sociais, o que nos faz chegar a uma conclusão inevitável e emocionante: hoje mais do que nunca as pessoas podem exercer seu direito à liberdade de opinião e expressão sem interferência e de procurar, receber e dar informações e ideias graças às mídias sociais. A possibilidade de difundir informações e ideias está nas mãos de todos graças aos telefones celulares e às conexões de internet. As ideias detalhadas na Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada há 63 anos, podem, agora, se espalhar mais longe e mais rapidamente do que nunca antes na história.

No Cairo, depois da revolta inicial em Tahrir Square, fui testemunha do poder das ideias e das redes sociais, quando me reuni com mulheres jovens líderes. Elas exigiam dignidade e os mesmos direitos iguais mo caminho da liberdade e da democracia. Queriam que as mulheres tivessem um papel equitativo na transição e no novo governo. Durante nossas conversas, elas tinham os telefones celulares em suas mãos e seus pontos de vista e as reações foram amplificados para além da nossa sala de reuniões e compartilhados com outras pessoas ao redor do mundo. Quando voltei ao Cairo, para me reunir com líderes de jovens de toda a região, foi inspirador testemunhar o lançamento histórico da União das Mulheres do Egito, composta por 500 organizações não-governamentais que mobilizaram as mulheres em recente processo eleitoral. O governo recebe sua autoridade a partir da vontade do povo e a democracia se vê fortalecida com a participação em pé de igualdade entre mulheres e homens.

Hoje, o papel das mulheres para a paz e a democracia é celebrado em Oslo, quando três mulheres recebem o Prêmio Nobel da Paz: Presidente Ellen Johnson Sirleaf, da Libéria, sua compatriota Leymah Gbowee e Tawakkul Karman do Iêmen. Essas são três das muitas que, apesar dos enormes obstáculos e riscos pessoais, lutam pela paz, pela democracia e pelos direitos iguais.

O Prêmio Nobel da Paz deste ano  envia uma mensagem de que agora, no século 21, é o momento para que as mulheres tenham plena participação e condição de igualdade em todos os níveis da sociedade. Foi com essa visão que a ONU Mulheres foi criada no ano passado. Não descansaremos até que as mulheres e meninas desfrutem dos mesmos direitos, oportunidades e participação. Apoiaremos a justiça que atenda as mulheres e meninas em todos os países; nos alenta que as redes sociais difundam a voz da liberdade e da justiça para todas e todos.

ONU-Mulheres

UNASE_Português

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Juíza Luislinda vai receber cargo de desembargadora; Vitória das mulheres negras, diz Mãe Carmen de Oxalá

 

Ao ler a matéria  transcrita na integra, abaixo me abasteci de esperança de dias melhores. Mãe Carmen de Oxalá.

Em sessão ordinária realizada nesta terça-feira (6), em Brasília, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou que a juíza baiana Luislinda Valois fosse promovida ao cargo de desembargadora do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). O CNJ utilizou como argumento principal o critério de antiguidade para a concessão da promoção. O relator do caso, Jorge Hélio Chaves de Oliveira, e todos os demais conselheiros decidiram de forma unânime em prol do requerimento.

"É o reconhecimento da luta de uma mulher negra, rastafári, que conseguiu sair vitoriosa deste processo. É uma conquista para o povo negro da Bahia", afirmou  Luislinda, primeira juíza negra do Brasil. Desde agosto de 2010, ela ocupava o cargo de desembargadora substituta no TJ. Com a proximidade da aposentadoria compulsória, a nomeação de Valois como desembargadora titular poderia não ocorrer.
De acordo com a juíza, que acompanhou toda a audiência, o Tribunal deverá agora organizar a data da posse e a cerimônia oficial.

Sobre Valois
Valois foi a primeira juíza negra a proferir uma sentença contra o racismo no Brasil. Ela trabalhou no interior baiano até ser promovida para Salvador, em 1993. A juíza foi a responsável por reativar dezenas de Juizados Especiais em municípios da Bahia e criou e instalou a Justiça Itinerante e o Juizado Itinerante Marítimo.

Fonte: Correio da Bahia

Juíza Luislinda vai receber cargo de desembargadora

Em sessão ordinária realizada nesta terça-feira (6), em Brasília, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou que a juíza baiana Luislinda Valois fosse promovida ao cargo de desembargadora do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). O CNJ utilizou como argumento principal o critério de antiguidade para a concessão da promoção. O relator do caso, Jorge Hélio Chaves de Oliveira, e todos os demais conselheiros decidiram de forma unânime em prol do requerimento.

"É o reconhecimento da luta de uma mulher negra, rastafári, que conseguiu sair vitoriosa deste processo. É uma conquista para o povo negro da Bahia", afirmou  Luislinda, primeira juíza negra do Brasil. Desde agosto de 2010, ela ocupava o cargo de desembargadora substituta no TJ. Com a proximidade da aposentadoria compulsória, a nomeação de Valois como desembargadora titular poderia não ocorrer.
De acordo com a juíza, que acompanhou toda a audiência, o Tribunal deverá agora organizar a data da posse e a cerimônia oficial.

Sobre Valois
Valois foi a primeira juíza negra a proferir uma sentença contra o racismo no Brasil. Ela trabalhou no interior baiano até ser promovida para Salvador, em 1993. A juíza foi a responsável por reativar dezenas de Juizados Especiais em municípios da Bahia e criou e instalou a Justiça Itinerante e o Juizado Itinerante Marítimo.

Fonte: Correio da Bahia

Confira o vídeo onde a desembargadora conta sua história

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Tags: vitoria

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quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

MULHERES NEGRAS SÃO HOMENAGEADAS NA CÂMARA DOS VEREADORES NO RIO DE JANEIRO.

 

No ano Internacional do (a) Afrodescendente o Comdedine - Conselho Municipal de Defesa dos Direitos do Negro – realiza em parceria com ONG Estimativa uma homenagem às mulheres negras. O evento acontece nesta sexta-feira, dia 09 de novembro, às 18h, na a Câmara Municipal dos Vereadores do Rio de Janeiro. Cerca de vinte mulheres negras que se destacaram durante este ano serão homenageadas. Haverá um seminário sobre a presença das mulheres negras na área da educação, no mercado de trabalho e no movimento negro.

O Comdedine é uma organização de consulta e interação da comunidade negra com a cidade carioca, criado a partir do Decreto número 6.684 de 28 de maio de 1987. A sua missão é assessorar a prefeitura do Rio de Janeiro no desenvolvimento de políticas de Combate ao Racismo. E para isso, desenvolve projetos e campanhas que favorecem a integração e ascensão da população negra em todos os setores da sociedade. As atribuições bem como o seu funcionamento e sua constituição são regidos pela Lei N° 1370, de 29 de dezembro de 1998.O Comdedine é uma instância da prefeitura que constrói sua história de acordo com a participação popular.

Serviço:

Evento: Homenagem às Mulheres Negras na Câmara Municipal dos Vereadores/ RJ

Onde? Praça Floriano Peixoto, S/N – Cinelândia.

Horário: 18h

Realização: Comdedine

Produção: Estimativa

Conheça mais sobre o Comdedine em: www.comdedinerj.blogspot.com

www.estimativa.org.br

Mulheres são 45% dos empreendedores individuais no país.

 

Data de Publicação: 

16/07/2011 - 15:20

NGUZU!!!

ESta aqui um tema importante para discutirmos a nossa oficina de em outubro.

Mulheres de Terreiro, empreeendorismo e sustentabilidade

escadaDo total de 1,3 milhão de formalizados pela lei de 2009, 87% pretendem virar microempresários, segundo SEBRAE. Faz parte da categoria quem fatura até R$ 36 mil por ano; na microempresa, receita máxima é de R$ 240 mil.

(Carolina Matos)

As mulheres representam quase metade do total de 1,3 milhão de microempreendedores individuais do Brasil. Elas são 45%, segundo estudo feito pelo Sebrae. A lei que criou essa modalidade de empresário no país, com o propósito de tirar trabalhadores da informalidade, completa dois anos em vigor neste mês.

O levantamento também revela que 87% dos empreendedores individuais brasileiros querem transformar seus negócios em microempresas.

Isso significa ampliar bastante a atividade. 

É classificado como microempreendedor individual aquele que fatura até R$ 36 mil por ano. Já a receita máxima de uma microempresa chega a R$ 240 mil anuais. Os ramos de atuação dos empresários individuais são variados. E, nos nichos mais representativos, as mulheres só não são maioria em dois -obras de alvenaria e manutenção de equipamentos.

"A atividade do empreendedor individual possibilita certa flexibilidade de horários que facilita a rotina da mulher, que, muitas vezes, precisa se dividir entre o trabalho fora e dentro de casa", diz Luiz Barretto, presidente nacional do Sebrae.

EDUCAÇÃO

O estudo mostra ainda que 47% dos empreendedores individuais do país têm ensino médio ou técnico completo.

"O resultado pode refletir que os que se formalizaram primeiro foram os mais bem informados. O desafio é estender isso ao público com menos estudo", diz Barretto.

Na tentativa de cumprir essa meta, o Sebrae, que oferece cursos gratuitos de capacitação a micro e pequenos empresários, acaba de lançar um específico para os empreendedores individuais. Os interessados devem acessar o site:www.sebrae.com.br

O programa inclui visitas de agentes aos estabelecimentos e o envio de informações complementares por celular, principal meio de comunicação utilizado por esse tipo de empreendedor.

Na avaliação de Paulo Feldmann, presidente do conselho da pequena empresa da Fecomercio-SP, é justamente na educação e na qualificação que está o pr incipal gargalo ao desenvolvimento do empresário individual.

"É factível que eles se tornem, sim, microempresários, mas não podemos esperar que isso caia do céu", diz. "As mudanças em relação à gestão do negócio são enormes de um nível para outro."

Feldmann defende que se invista na formação dessas pessoas no segundo grau, já que quase metade dos empreendedores individuais concluiu o curso.

"Em outros países, como Itália e Alemanha, os estudantes têm noções básicas de contabilidade no ensino médio. 

É algo que faz a diferença", completa. 

CONTROLAR AS CONTAS

A possibilidade de "controlar melhor as contas" foi um dos benefícios que a formalização trouxe à hoje empresária

individual Simone de Oliveira, 43. 

Ela passou pelo processo em novembro de 2010 se inscrevendo no site www.portaldoempreendedor.gov.br

(é preciso fazer via web).

Agora, a cabeleireira, que aprendeu a profissão na prática aos 14 anos, tem uma conta no banco para o pequeno salão 

de beleza do bairro da Taquara, em Jacarepaguá, zona oeste do Rio.

"Agora, recebo a maior parte em cartão. Antes, com pagamento só em dinheiro, era difícil saber qual era a minha receita. Acabava sempre tirando uma parte para pagar feira, supermercado... Uma confusão."

FONTE: Folha de SP, 10/07/2011 – Caderno Mercado 

Um laço vermelho pela vida e contra o preconceito

 

Uma belíssima jovem é excluída do convívio com a família e é isolada em uma casa na Região Serrana do Rio de Janeiro. Seus planos são interrompidos: o noivado, os estudos, a vida social. Ela tem tuberculose, e no fim do século 19 e início do século 20 esse era o único tratamento possível, ar puro e isolamento. Os portadores da doença eram estigmatizados socialmente, não podiam conviver com pessoas saudáveis e a sobrevivência era determinada por fatores desconhecidos. E esse medo do desconhecido causava pânico nas pessoas saudáveis que viam na doença um estigma social. Essa é a sinopse do famoso livro Floradas na Serra, imortalizado no cinema e no teatro pela atriz Cacilda Becker.
Agora, caro leitor, você pode reler o primeiro parágrafo trocando a palavra tuberculose por outra doença a sua escolha.

Imagem: Campanha de Carnaval 2011 do Ministério da Saúde. Direcionada às mulheres na faixa etária de 15 a 24 anos, das classes C, D e E.

Ao longo da história a hanseníase e o câncer já estiveram no topo dentre as doenças que marcam a fogo seus portadores: não apenas uma bactéria, um bacilo, ou um vírus. Tuberculosos eram boêmios, deprimidos, criaturas noturnas que entregavam sua vida à “melancolia pulmonar”, os abrigos de “leprosos” persistiram no Brasil até meados do século 20, eram intocáveis e muitos os consideravam os doentes amaldiçoados. Não precisamos nem contar quantas vezes ouvimos que tal pessoa “fez um câncer”, “engoliu muito sapo” e acabou “transformando a mágoa em doença”. E com os portadores do HIV não é diferente nos dias de hoje.

Infelizmente ainda não aprendemos a separar fatalidade de julgamento moral, imponderável de preconceito. Num passado não muito distante ainda se falava de grupos de risco para falar das pessoas infectadas pelo HIV. Era como se um selo fosse colado na comunidade homossexual, nos usuários de drogas, nas prostitutas e até nos hemofílicos que faziam regularmente transfusões de sangue.
A classificação em grupos de risco além de marginalizar ainda mais os marginalizados serviu para criar uma aura intocável nos famosos “cidadãos de bem”. Se você não sai transando por aí, ou tendo comportamentos socialmente condenáveis, fique tranquilo, está a salvo, jamais a Aids chegará perto de você. Basta você ficar bem longe desses “aidéticos”. E isso fez com que a epidemia se tornasse silenciosa. O estigma social fez com que muitas pessoas abrissem mão da prevenção, achando que estavam imunes.
O resultado é que anos depois da descoberta do vírus, a epidemia de AIDS está longe de ser controlada, e hoje ela atinge todas as camadas da população; se tornou democrática, atingindo diversas classes sociais e orientações sexuais. E o dado mais contundente sobre a AIDS nos últimos anos é que a epidemia avança de forma muito mais arrasadora entre as mulheres.
Os dados são do Boletim Epidemológico de 2005. De 1994 a 2004, o número de casos aumentou 175%, enquanto o crescimento em homens ficou em 29%; o índice aumenta em mulheres de todas as faixas etárias, exceto entre mulheres jovens de 13 a 24 anos.

Logo da Campanha Laço Vermelho promovida pela UNAIDS - Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS

Especialistas apontam na resistência de homens e mulheres em relações estáveis exigirem o uso de preservativo. A pressuposta monogamia e a baixa auto estima fazem com que a prevenção seja deixada de lado, como aponta a ginecologista e especialista em saúde da mulher Albertina Duarte. Mulheres acima de cinquenta anos não fizeram parte de uma geração acostumada com a liberdade sexual nem conviviam com o fantasma da doença no início de suas vidas sexuais. Muitas estão recomeçando uma vida sexual com um novo parceiro e não acostumadas as novas regras do jogo sexual acabam achando que a confiança na relação basta para protegê-las.
É sempre bom lembrar que o comportamento de risco não escolhe credo, cor, raça. É repetitivo bater nessa tecla, mas no Brasil 95% das contaminações acontecem via sexual e a única maneira de se proteger é usando camisinha. É sempre bom lembrar que apesar do coquetel aumentar a qualidade de vida, a AIDS ainda não tem cura. É sempre bom lembrar que a epidemia de AIDS é uma realidade, é presente no nosso dia a dia, que cara de saudável não garante nada. É sempre bom lembrar dessas coisas que nós fazemos questão de esquecer tão convenientemente: o HIV não é coisa do outro, do diferente. É coisa do próximo, de quem amamos, respeitamos, de quem está do nosso lado no metrô, no trabalho, em casa, na vida.
Nesse dia primeiro de dezembro, vamos lembrar do óbvio, que o laço vermelho não simboliza apenas a luta de combate à AIDS, mas é também a luta pela vida e contra uma doença muito mais perigosa, letal e difícil de combater: o preconceito.
Fonte:
Um laço vermelho pela vida e contra o preconceitoBlogueiras Feministas | Blogueiras Feministas

Encontro Baiano pelo Fim da Violência Contra Mulheres

 

I Encontro Baiano pelo

Fim da Violência Contra Mulheres

Data : 6 de dezembro de 2011

Horário: 9 – 17 hs (Inscrições no local)

Local: Pavilhão Raul Seixas da FFCH/UFBA

Estrada de São Lázaro, 187 – Federação

Promoção: OBSERVE/NEIM/UFBA

Programação:

Manhã:

Mesa Redonda: A Violência Simbólica de Gênero e a Lei Antibaixaria na Bahia em Debate

Participantes: Dep. Luiza Maia, Dra. Firmiane Souza (Defensoria Pública) Profa. Cecilia Sardenberg

Tarde:

Oficina I : Clebemilton Nascimento (coord.) – A representação das Mulheres no Pagode

Oficina II: Sandra Munhoz (coord.) – A Marcha das Vadias

Desabafo: Eu quero escrever com o vigor de uma mulher

 


#16dias de ativismo

"Não existe isso de homem escrever com vigor e mulher escrever com fragilidade. Puta que pariu, não é assim. Isso não existe. É um erro pensar assim. Eu sou uma mulher. Faço tudo de mulher, como mulher. Mas não  sou uma mulher que necessita de ajuda de um homem. Não necessito de proteção de homem nenhum. Essas mulheres frageizinhas, que fazem esse gênero, querem mesmo é explorar seus maridos. Isso entra também na questão literária. Não existe isso de homens com escrita vigorosa, enquanto as mulheres se perdem na doçura. Eu fico puta da vida com isso. Eu quero escrever com o vigor de uma mulher. Não me interessa escrever como homem."

Lya Luft

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

II RODA DE CONVERSA REPACTUANDO E EXPANDINDO A REDE ESTADUAL DE NÚCLEOS DE ILÊS AFRO AIDS

ASSUNTO: CONVITE  ,


II RODA DE CONVERSA REPACTUANDO E EXPANDINDO A REDE ESTADUAL DE


NÚCLEOS DE ILÊS AFRO AIDS


Prezados


É com imensa satisfação  que a ASSOBECATY- Associação Beneficente Cultural


Africana Templo de Yemanjá  vem à sua presença. através deste, para  convidar-lhe 


para a realização da Roda de Conversa : Repactuando e Expandindo a  Rede Estadual


de Núcleos de Ilês Afro Aids, que acontecerá no dia  09 de dezembro 2011, na


cidade de São Leopoldo. Na ocasião ocorrerá adesão do Centro de Umbanda e


Quimbada Ylê Oxum Olobá, que tem como diretora espiritual Mãe Walkiria de Oxum


Olobá. A roda proporcionará o entrelaçamento das experiências do saber natural das


vivências das comunidades tradicionais das terreiras, com os profissionais da área


da saúde.


Data , 09 de dezembro de 2011.


Horário inicio :  18h30m


Local:  Centro de Umbanda e Quimbanda Ylê Oxum Olobá


Rua:  Dinamarca Quadra 59 Casa 13 Cohab Feitoria - (51)35752776

         São Leopoldo - RS

Assobecaty

Mãe Carmen de Oxalá- (51) 97010303

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domingo, 4 de dezembro de 2011

CANÇÃO DOS HOMENS

Que quando chego do trabalho ela largue por um instante o que estiver fazendo
- filho, panela ou computador - e venha me dar um beijo como os de antigamente.
Que quando nos sentarmos à mesa para jantar
ela não desfie a ladainha dos seus dissabores domésticos.
E se for uma profissional, que divida comigo o tempo de comentarmos nosso dia.
Que se estou cansado demais para fazer amor,
ela não ironize nem diga que "até que durou muito" o meu desejo ou potência.
Que quando quero fazer amor ela não se recuse demasiadas vezes, nem fique impaciente ou rígida, mas cálida como foi anos atrás.

Que não tire nosso bebê dos meus braços dizendo que homem não tem jeito pra isso, ou que não sei segurar a cabecinha dele, mas me ensine docemente se eu não souber.

Que ela nunca se interponha entre mim e as crianças, mas sirva de ponte entre nós quando me distancio ou me distraio demais.
Que ela não me humilhe porque estou ficando calvo ou barrigudo, nem comente nossas intimidades com as amigas, como tantas mulheres fazem.

Que quando conto uma piada para ela ou na frente de outros, ela não faça um gesto de enfado dizendo "Essa você já me contou umas mil vezes".

Que ela consiga perceber quando estou preocupado com trabalho, e seja calmamente carinhosa, sem me pressionar para relatar tudo, nem suspeitar de que já não gosto dela.

Que quando preciso ficar um pouco quieto ela não insista o tempo todo para que eu fale ou a escute, como se silêncio fosse falta de amor.
Que quando estou com pouco dinheiro ela não me acuse de ter desperdiçado com bobagens em lugar de prover minha família.
Que quando eu saio para o trabalho de manhã ela se despeça com alegria, sabendo que mesmo de longe eu continuo pensando nela.
Que quando estou trabalhando ela não telefone a toda hora para cobrar alguma coisa que esqueci de fazer ou não tive tempo.

Que não se insinue com minha secretária ou colega para descobrir se tenho amante.
Que com ela eu também possa ter momentos de fraqueza e de ternura, me desarmar, me desnudar de alma, sem medo de ser criticado ou censurado: que ela seja minha parceira, não minha dependente nem meu juiz.

Que cuide um pouco de mim como minha mulher, mas não como se eu fosse uma criança tola e ela a mãe, a mãe onipotente, que não me transforme em filho.

Que mesmo com o tempo, os trabalhos, os sofrimentos e o peso do cotidiano, ela não perca o jeito terno e divertido que tanto me encantou quando a vi pela primeira vez.
Que eu não sinta que me tornei desinteressante ou banal para ela, como se só os filhos e as vizinhas merecessem sua atenção e alegria.
E que se erro, falho, esqueço, me distancio, me fecho demais, ou a machuco consciente ou inconscientemente,

Ela saiba me chamar de volta com aquela ternura que só nela eu descobri, e desejei que não se perdesse nunca, mas me contagiasse e me tornasse mais feliz, menos solitário, e muito mais humano.

Lya Luft

sábado, 3 de dezembro de 2011

CARTA DA 14ª CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE À SOCIEDADE BRASILEIRA

O primeiro edital para a juventude com recorte para a juventude de terreiro , mobilize se articule

 

Todos usam o SUS: SUS na Seguridade Social!

Política Pública, Patrimônio do Povo Brasileiro

Acesso e Acolhimento com Qualidade: um desafio para o sus

Nestes cinco dias da etapa nacional da 14ª Conferência Nacional de Saúde reunimos 2.937 delegados e 491 convidados, representantes de 4.375 Conferências Municipais e 27 Conferências Estaduais.

Somos aqueles que defendem o Sistema Único de Saúde como patrimônio do povo brasileiro.

Punhos cerrados e palmas! Cenhos franzidos e sorrisos.

Nossos mais fortes sentimentos se expressam em defesa do Sistema Único de Saúde.

Defendemos intransigentemente um SUS Universal, integral, equânime, descentralizado e estruturado no controle social.

Os compromissos dessa Conferência foram traçados para garantir a qualidade de vida de todos e todas.

A Saúde é constitucionalmente assegurada ao povo brasileiro como direito de todos e dever do Estado. A Saúde integra as políticas de Seguridade Social, conforme estabelecido na Constituição Brasileira, e necessita ser fortalecida como política de proteção social no País.

Os princípios e as diretrizes do SUS – de descentralização, atenção integral e participação da comunidade – continuam a mobilizar cada ação de usuários, trabalhadores, gestores e prestadores do SUS.

onstruímos o SUS tendo como orientação a universalidade, a integralidade, a igualdade e a equidade no acesso às ações e aos serviços de saúde.

O SUS, como previsto na Constituição e na legislação vigente é um modelo de reforma democrática do Estado brasileiro. É necessário transformarmos o SUS previsto na Constituição em um SUS real.

São os princípios da solidariedade e do respeito aos direitos humanos fundamentais que garantirão esse percurso que já é nosso curso nos últimos 30 anos em que atores sociais militantes do SUS, como os usuários, os trabalhadores, os gestores e os prestadores, exercem papel fundamental na construção do SUS.

A ordenação das ações políticas e econômicas deve garantir os direitos sociais, a universalização das políticas sociais e o respeito às diversidades etnicorracial, geracional, de gênero e regional. Defendemos, assim, o desenvolvimento sustentável e um projeto de Nação baseado na soberania, no crescimento sustentado da economia e no fortalecimento da base produtiva e tecnológica para diminuir a dependência externa.

A valorização do trabalho, a redistribuição da renda e a consolidação da democracia caminham em consonância com este projeto de desenvolvimento, garantindo os direitos constitucionais à alimentação adequada, ao emprego, à moradia, à educação, ao acesso à terra, ao saneamento, ao esporte e lazer, à cultura, à segurança pública, à segurança alimentar e nutricional integradas às políticas de saúde.

Queremos implantar e ampliar as Políticas de Promoção da Equidade para reduzir as condições desiguais a que são submetidas as mulheres, crianças, idosos, a população negra e a população indígena, as comunidades quilombolas, as populações do campo e da floresta, ribeirinha, a população LGBT, a população cigana, as pessoas em situação de rua, as pessoas com deficiência e patologias e necessidades alimentares especiais.

As políticas de promoção da saúde devem ser organizadas com base no território com participaçãointer-setorial articulando a vigilância em saúde com a Atenção Básica e devem ser financiadas de forma tripartite pelas três esferas de governo para que sejam superadas as iniqüidades e as especificidades regionais do País.

Defendemos que a Atenção Básica seja ordenadora da rede de saúde, caracterizando-se pela resolutividade e pelo acesso e acolhimento com qualidade em tempo adequado e com civilidade.

A importância da efetivação da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher, a garantia dos direitos sexuais e dos direitos reprodutivos, além da garantia de atenção à mulher em situação de violência, contribuirão para a redução da mortalidade materna e neonatal, o combate ao câncer de colo uterino e de mama e uma vida com dignidade e saúde em todas as fases de vida.

A implementação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra deve estar voltada para o entendimento de que o racismo é um dos determinantes das condições de saúde. Que as Políticas de Atenção Integral à Saúde das Populações do Campo e da Floresta e da População LGBT, recentemente pactuadas e formalizadas, se tornem instrumentos que contribuam para a garantia do direito, da promoção da igualdade e da qualidade de vida dessas populações, superando todas as formas de discriminação e exclusão da cidadania, e transformando o campo e a cidade em lugar de produção da saúde. Para garantir o acesso às ações e serviços de saúde, com qualidade e respeito às populações indígenas, defendemos o fortalecimento do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena. A Vigilância em Saúde do Trabalhador deve se viabilizar por meio da integração entre a Rede Nacional de Saúde do Trabalhador e as Vigilâncias em Saúde Estaduais e Municipais. Buscamos o desenvolvimento de um indicador universal de acidentes de trabalho que se incorpore aos sistemas de informação do SUS. Defendemos o fortalecimento da Política Nacional de Saúde Mental e Álcool e outras drogas, alinhados aos preceitos da Reforma Psiquiátrica antimanicomial brasileira e coerente com as deliberações da IV Conferência Nacional de Saúde Mental.

Em relação ao financiamento do SUS é preciso aprovar a regulamentação da Emenda Constitucional 29. A União deve destinar 10% da sua receita corrente bruta para a saúde, sem incidência da Desvinculação de Recursos da União (DRU), que permita ao Governo Federal a redistribuição de 20% de suas receitas para outras despesas. Defendemos a eliminação de todas as formas de subsídios públicos à comercialização de planos e seguros privados de saúde e de insumos, bem como o aprimoramento de mecanismos, normas e/ou portarias para o ressarcimento imediato ao SUS por serviços a usuários da saúde suplementar. Além disso, é necessário manter a redução da taxa de juros, criar novas fontes de recursos, aumentar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para a saúde, tributar as grandes riquezas, fortunas e latifúndios, tributar o tabaco e as bebidas alcoólicas, taxar a movimentação interbancária, instituir um percentual dos royalties do petróleo e da mineração para a saúde e garantir um percentual do lucro das empresas automobilísticas.

Defendemos a gestão 100% SUS, sem privatização: sistema único e comando único, sem “dupla-porta”, contra a terceirização da gestão e com controle social amplo. A gestão deve ser pública e a regulação de suas ações e serviços deve ser 100% estatal, para qualquer prestador de serviços ou parceiros. Precisamos contribuir para a construção do marco legal para as relações do Estado com o terceiro setor. Defendemos a profissionalização das direções, assegurando autonomia administrativa aos hospitais vinculados ao SUS, contratualizando metas para as equipes e unidades de saúde. Defendemos a exclusão dos gastos com a folha de pessoal da Saúde e da Educação do limite estabelecido para as Prefeituras, Estados, Distrito Federal e União pela Lei de Responsabilidade Fiscal e lutamos pela aprovação da Lei de Responsabilidade Sanitária.

Para fortalecer a Política de Gestão do Trabalho e Educação em Saúde é estratégico promover a valorização dos trabalhadores e trabalhadoras em saúde, investir na educação permanente e formação profissional de acordo com as necessidades de saúde da população, garantir salários dignos e carreira definida de acordo com as diretrizes da Mesa Nacional de Negociação Permanente do SUS, assim como, realizar concurso ou seleção pública com vínculos que respeitem a legislação trabalhista. eassegurem condições adequadas de trabalho, implantando a Política de Promoção da Saúde do Trabalhador do SUS.

Visando fortalecer a política de democratização das relações de trabalho e fixação de profissionais, defendemos a implantação das Mesas Municipais e Estaduais de Negociação do SUS, assim como os protocolos da Mesa Nacional de Negociação Permanente em especial o de Diretrizes Nacionais da Carreira Multiprofissional da Saúde e o da Política de Desprecarização. O Plano de Cargos, Carreiras e Salários no âmbito municipal/regional deve ter como base as necessidades loco-regionais, com contrapartida dos Estados e da União.

Defendemos a adoção da carga horária máxima de 30 horas semanais para a enfermagem e para todas as categorias profissionais que compõem o SUS, sem redução de salário, visando cuidados mais seguros e de qualidade aos usuários. Apoiamos ainda a regulamentação do piso salarial dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), Agentes de Controle de Endemias (ACE), Agentes Indígenas de Saúde (AIS) e Agentes Indígenas de Saneamento (AISAN) com financiamento tripartite.

Para ampliar a atuação dos profissionais de saúde no SUS, em especial na Atenção Básica, buscamos a valorização das Residências Médicas e Multiprofissionais, assim como implementar o Serviço Civil para os profissionais da área da saúde. A revisão e reestruturação curricular das profissões da área da saúde devem estar articuladas com a regulação, a fiscalização da qualidade e a criação de novos cursos, de acordo com as necessidades sociais da população e do SUS no território.

O esforço de garantir e ampliar a participação da sociedade brasileira, sobretudo dos segmentos mais excluídos, foi determinante para dar maior legitimidade à 14ª Conferência Nacional de Saúde. Este esforço deve ser estendido de forma permanente, pois ainda há desigualdades de acesso e de participação de importantes segmentos populacionais no SUS.

Há ainda a incompreensão entre alguns gestores para com a participação da comunidade garantida na Constituição Cidadã e o papel deliberativo dos conselhos traduzidos na Lei nº 8.142/90. Superar esse impasse é uma tarefa, mais do que um desafio.

A garantia do direito à saúde é, aqui, reafirmada com o compromisso pela implantação de todas as deliberações da 14ª Conferência Nacional de Saúde que orientará nossas ações nos próximos quatro anos reconhecendo a legitimidade daqueles que compõe os conselhos de saúde, fortalecendo o caráter deliberativo dos conselhos já conquistado em lei e que precisa ser assumido com precisão e compromisso na prática em todas as esferas de governo, pelos gestores e prestadores, pelos trabalhadores e pelos usuários.

Somos cidadãs e cidadãos que não deixam para o dia seguinte o que é necessário fazer no dia de hoje. Somos fortes, somos SUS.

PLENARIA FINAL DA 14ª CNS

Brasília, DF, 04/12/11

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