...Liberdade, essa palavra
que o sonho humano alimenta
que não há ninguém que explique
e ninguém que não entenda..."
Cecília Meireles
É notório a importância vital do trabalho das mulheres . Aliás, podemos mesmo dizer que sem a sua força produtiva, o nosso país não seria o que é. A iniciativa da casa que herdei de minha mãe Assobecaty - Associação Beneficente Cultural Africana Templo de Yemanj[a , foi onde desenvolvi toda a minha base ideológica, acrescido quando obtive inspiração nos estudos dos artigos dos movimentos femininos do princípio do século XX.
O nosso desejo de realizarmos uma Roda de Conversa ganha força, quando ocorrem adesão das organizações que apoiaram este evento como Grupo de Trabalho Angola Janga, Projeto Mocambo, CMP (Central dos Movimentos Populares), Associação Conexão Comunitária, Associação Cultural Sawabona Shikoba, Bibilhoteca Comunitária João Cândido, Coordenadoria de Igualdade Racial de Canoas, Associação Socioeducativa Ambiental – ONG Uriel, Grupo de Capoeira Guarda Negra .
É curioso notar que apesar dos escassos estudos sobre movimentos de mulheres negras, empoderamento, participação política, podemos concluir que existem muito poucas organizações femininas gauchas que trabalham com a temática, da mesma forma que temos o entendimento .que existem muitas mulheres que não aderiram essas propostas, o movimento surge para ocupar este vácuo.
O movimento surge fundamentalmente no contexto da luta contra as distorções bem contraditórias, por exemplo as mulheres começaram a tomar consciência cívica do seu papel produtivo na sociedade, a ver que têm poder e força , a proposta é mostrar a importância de se manterem unidas.
A situação da mulher negra não vai ser alterada, se não tivermos um engajamento muito grande e só, engajamento não vai resolver, o que precisamos é criar consciências e isto demanda muito esforço.
No evento 13 de maio abolição não conclusa para as mulheres negras, reuniu na sexta-feira 13 na Assembléia Legislativa, se reuniram mulheres negras com histórico de lutas em inúmeros segmentos diferentes da sociedade brasileira, tinhamos ativistas da habitação, do lar, metalurgica, educadora , segurança alimentar, segurança privada, agentes politicos, gestoras, comunicadoras populares, militante do movimento negro, griõs , religiosa de matriz africana, capoeirista e por fim ,o momento sensível ocorreu quando uma das participantes que se apresentou como escrava do lar, que tenta e não consegui se libertar, muito menos consegui lutar para deixar de ser.
Como consequência, nasce um novo movimento ideológico de mulheres no estado do Rio Grande do Sul, um grupo que entra em ação na luta contra as contradições existentes, pela falta de espaço político, estímulo, empoderamento, existe uma falta do feminino negro nos espaços de poder.. Em nenhum momento tivemos a pretensão de realizar um seminário, queríamos conversar com as mulheres negras, ouví-las receber seus sentimentos , durante a roda vieram a tona sentimentos diversos. A prosa foi tão boa, que optamos em não finalizá-la estaremos dando continuidade nas seguintes datas no dia 8 de junho estaremos em Canoas, 15 do mesmo mês é a vez da Alvorada, em 25 de julho Dia da Mulher Afro-Latino -Americana e Caribenha, onde estaremos realizando o I º Seminário 13 de Maio Abolição Não Conclusa para as Mulheres Negras.
Axé
Mãe Carmen de Oxalá
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